HSAE

Hemorragia subaracnoide espontânea (HSAE)

A Hemorragia Subaracnoidea Espontânea (HSAE) decorre da ruptura de aneurismas saculares arteriais no espaço subaracnoideo, de forma não traumática. Estima-se uma mortalidade geral em torno de 50%, sendo que cerca de 15% dos pacientes falecem antes mesmo de chegar ao hospital e dos que chegam e sobrevivem, quase metade permanece com sequelas graves. É duas vezes mais frequente em mulheres e seu pico de incidência ocorre entre 55 e 60 anos.

Do ponto de vista de apresentação clínica, é muito comum a ocorrência de cefaleia de início súbito, muito intensa (por vezes descrita como trovejante, sendo a pior da vida) associada ou não a vômitos. Alteração do nível de consciência também pode ocorrer, além de déficits neurológicos como paralisia de pares cranianos (como o III par), hemiparesia, afasia, negligência visoespacial, dentre outros. Já a crise convulsiva pode estar presente em até 25% dos casos, além de rigidez de nuca. O estadiamento prognóstico dessas manifestações clínicas existe a classificação de Hunt-Hess e da World Federation of Neurosurgeons (vide abaixo).

Classificação de Hunt-Hess e sua relação com o prognóstico
Classificação da World Federation of Neurosurgeons (WFNS):
Incidência dos achados tomográficos na HSA e seu valor prognóstico:
Complicações da HSAE

As complicações possíveis na HSAE, incluem a isquemia cerebral tardia, ressangramento e hidrocefalia. Sobre isquemia, o principal mecanismo envolvido é o vasoespasmo e seu pico de incidência está entre o 4º ao 14º dia de sangramento, mas pode ocorrer até o 21º dia. Seu diagnóstico clínico depende da queda de 2 pontos ou mais na escala de coma de Glasgow por no mínimo 1h. Sua prevenção consiste na administração precoce de Nimodipino e manutenção da euvolemia, estando a hipertensão reservada para casos evidentes de sintomas, sobretudo se o aneurisma já tiver sido tratado. Quanto ao ressangramento, a principal estratégia é correção neurocirúrgica do aneurisma dentro das primeiras 72h.

Para saber mais, não deixe de escutar o episódio 156 do nosso Podcast: Corrida de Leito.

Referência

AZEVEDO, L.C.P. et al. Medicina intensiva: abordagem prática. FMUSP, 2022.

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