Covid-19: quais medicações podemos usar?

A sintomatologia da doença por coronavírus (COVID-19) vai desde formas assintomáticas até apresentações graves, que podem culminar com óbito. Os casos leves englobam aqueles sintomas gerais de gripe, com sintomas de via aérea superior, como coriza e odinofagia, e de via aérea inferior, como, tosse e, quando ocorre síndrome respiratória aguda grave, dispneia ou opressão torácica e queda de saturação de oxigênio. Outros sinais e sintomas gerais também podem ocorrer, como febre, calafrios, cefaléia e mialgia. Anosmia e ageusia (perda do olfato e paladar, respectivamente) têm sido menos relatados quando comparados aos casos do início da pandemia. Dispneia e/ou hipoxemia, quando presentes, tendem a ser mais tardias, em geral após a primeira semana do início dos sintomas e podem representar um sintoma de gravidade.

Diagnóstico

Independente da forma de apresentação e apesar de alguns sintomas serem mais frequentes, não há nenhum sintoma e/ou conjunto de dados que consiga confirmar essa doença apenas com base em critérios clínicos. Nesse sentido, mediante uma suspeita de COVID, devemos realizar algum teste diagnóstico. Este pode ser feito por meio do antígeno ou por RT-PCR. Um resultado positivo em qualquer um destes testes em pacientes sintomáticos confirma o diagnóstico de COVID-19.

Tratamento

Uma vez confirmada a doença, é necessário avaliar se há indicação de algum tratamento específico a ser instituído, o que irá depender da apresentação clínica. A Dexametasona continua sendo a principal medicação usada entre pacientes hospitalizados com necessidade de O2 suplementar (seja de forma invasiva ou não).

Além disso, existem outras medicações específicas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a saber:

  • Antivirais: Remdesevir, Paxlovid (associação entre Nirmatrelvir + Ritonavir) e o Molnupiravir;
  • Imunomoduladores: Sotravimabe, Tocilizumabe (um inibidor da IL-6) e ainda uma outra classe representada pelo Baracitinibe, um inibidor seletivo e reversível das enzimas Janus Quinases (JAKs), em especial JAK 1 e 2, envolvidas na resposta inflamatória;

Dessas medicações,  três já foram incorporadas pelo SUS (além da Dexametasona): o Paxlovid; o Baracitinibe e o Tocilizumabe.

O Paxlovid é um fármaco de uso oral e está indicado para aqueles pacientes com COVID-19 que apresentam sintomas leves a moderados, sem necessidade de O2 suplementar, mas que apresentem risco de progressão para as formas graves. Nesse sentido, idosos acima de 65 anos ou pessoas com mais de 18 anos com alguma imunossupressão são os principais grupos de risco. As maiores contra indicações para seu uso, além da cirrose grave, incluem crianças, gestantes e pacientes que necessitem internação e O2 suplementar ou caso a doença já tenha mais de 5 dias de evolução.

No que diz respeito aos imunomoduladores Tocilizumabe e Baracitinibe, o uso está indicado quando o(a) paciente necessitar de fluxo crescente de O2, em geral acima de 10L/min em piora nas últimas horas, ou que esteja em uso de cânula nasal de alto fluxo (CNAF), ou mesmo ventilação não invasiva (VNI). O Tocilizumabe é melhor indicado quando, além dessa necessidade crescente de O2, o paciente apresentar marcadores inflamatórios elevados (no caso, proteina C reativa maior ou igual a 75mg/dL) e não houver infecção sobreposta.

É importante observar que o Baracitinibe está contraindicado em casos de neutropenia e linfopenia abaixo de 200cels/microL, além de insuficiência renal. A associação Tocilizumabe e Baracitinibe não deve ser feita pelo risco de imunossupressão grave.

Vacinação

Com relação ao esquema vacinal contra a COVID-19 deste ano (2024), o Ministério da Saúde publicou um calendário nacional, que pode ser conferido clicando aqui.

Para saber mais, não deixe de escutar o episódio #174 em nosso Podcast: Chama o Plantão – Corrida de Leito.

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