O episódio 144 do Podcast Corrida de Leito discute: Avaliação diagnóstica da PBE.
A Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) é a infecção mais comum em cirróticos, seguido da infecção do trato urinário e pneumonia. Sua definição envolve a infecção do líquido ascítico não relacionada a alguma patologia intra-abdominal de tratamento cirúrgico, como perfuração intestinal.
Sua patogênese decorre da hipertensão portal, que reflete nos vasos mesentéricos levando a hipomotilidade intestinal, edema de mucosa e microlesões, o que favorece a translocação bacteriana. Além disso, a disfunção hepática se relaciona a déficit da síntese de marcadores da fase aguda inflamatória, favorecendo à infecções.
Diagnóstico
Seu diagnóstico deve ser suspeitado em pacientes com cirrose e ascite volumosa que desenvolvam febre (mesmo baixa), dor abdominal e alteração do nível de consciência. Lembre-se que a PBE pode ser assintomática no início ou manifestar-se por meio de outras alterações como lesão renal aguda ou encefalopatia hepática.
A paracentese define o diagnóstico quando houver presença de mais de 250 polimorfonucleares com um microorganismo identificado em cultura. Já a glicose consumida (abaixo de 50mg/dL), proteína aumentada (acima de 1g/dL) e/ou LDH acima do limite superior do valor sérico indicam peritonite bacteriana secundária, sendo necessário propedêutica por imagem e avaliação da cirurgia.
Tratamento
O tratamento envolve o uso de Cefalosporina de terceira geração, como Ceftriaxona e Cefotaxima. Carbapenêmicos são preconizados caso haja uma pontuação no escore SOFA (sequential organ failure assessment) acima de 7 ou a infecção tenha sido adquirida em ambiente intrahospitalar.
Além disso, é recomendado suspender o uso de beta-bloquadores não seletivos durante o episódio da PBE, devido a relação com pior desfecho, e avaliar administração de albumina quando lesão renal associada.
Para saber mais, não deixe de escutar o episódio em nosso podcast: Corrida de Leito.
