A furosemida está bem indicada em cenários de Injúria Renal Aguda (IRA) e sobrecarga hídrica, seja evidenciada por hipervolemia seja por edema tissular. Sua contraindicação em contexto de IRA refere-se às causas pré-renais que promovam hipovolemia como perdas intensas (vômitos, diarreia e/ou poliúria) ou sangramento ativo. As situações de baixo débito cardíaco que provocam IRA pré-renal não contraindicam o uso da furosemida, caso haja evidência de edema tissular secundário.
Uma vez indicada, a dose inicial de Furosemida vai de 20 a 40mg para pacientes que não faziam uso da medicação ou de 1 a 2,5 vezes a dose habitual, sendo preferencialmente endovenosa em cenários de hipervolemia grave, como edema agudo de pulmão.
Para doses acima de 100mg, deve-se diluir em 100ml de SF 0,9% ou SGI 5% e infundir em 30 minutos. Caso seja optado realizar infusão contínua, sugere-se iniciar com 5mg/h, aumentando conforme resposta diurética para 10mg/h (máximo: 40mg/h). A solução sugerida é de 5 ampolas de 20mg de Furosemida (100mg total) + 100ml de SF 0,9% ou SGI 5%, o que resulta em uma solução aproximada de 1mg/ml
O uso concomitante de cristaloides e Furosemida só faz sentido se houver hipervolemia, não sendo indicado como forma de prevenir uma IRA. Por outro lado, o uso concomitante de Furosemida e Albumina pode ser considerado para pacientes com IRA, edema e hipoalbuminemia como cirróticos e síndrome nefrótica, contudo, vale lembrar que a evidência de aumento do débito urinário é baixa. Caso seja feito um teste de estresse com a furosemida, deve-se fazer infusão lenta, em torno de 30 minutos, no contexto de uma dose próxima a 100mg, para se evitar ototoxicidade
Para saber mais, não deixe de escutar o episódio #165 do nosso podcast: Corrida de Leito.
1 – Brater DC, Ellison DH. Loop diuretics: Dosing and major side effects. Uptodate, 2023.