O episódio 143 do Podcast Corrida de Leito discute: Manejo da ascite na cirrose.
A ascite representa o acúmulo patológico de líquido na cavidade abdominal, sendo a cirrose sua principal causa. Essa é complicação mais comum da cirrose, além de ser um marcador prognóstico importante, já que, quando presente, indica sobrevida muito reduzida.
Patogênese
Em linhas gerais, a patogênese da ascite nesses casos inicia-se com a hipertensão portal, levando à vasodilatação esplâncnica, deflagrada por veias colaterais envolvidas nos shunts portocava e por acúmulo de prostaglandinas e óxido nítrico. Como consequência, ocorre ativação dos baroreceptores vasculares e dos principais sistemas de retenção de água e sódio, como o sistema renina angiotensina-aldosterona, o hormônio anti-diurético (ADH) e estímulo do sistema nervoso simpático.
Nesse contexto o organismo, então, interpreta o desequilíbrio como uma hipovolemia relativa. Na tentativa de “recompor” o déficit de volume, há estímulo à retenção de sódio e água por via renal.
Tratamento
A base do tratamento será diureticoterapia, mais especificamente, a associação de uma diurético de alça (Furosemida) + Espironolactona (inibidor de receptores de aldosterona e poupador de potássio).
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A dose inicial desses fármacos são 100mg de Espironolactona associado a 40mg de Furosemida, idealmente mantendo a proporção 100:40. A taxa de resposta é verificada pela pesagem diária dos(as) pacientes, objetivando-se 500mg (0,5kg) se ausência de edema periférico e 1kg, caso haja edema periférico.
Além dos fármacos, a dieta hipossódica é preconizada (2g de sódio/dia ~ 5g de sal de cozinha).
Para saber mais, não deixe de escutar o episódio em nosso podcast: Corrida de Leito.