Hiponatremia
Para começar, abordaremos o manejo de hiponatremia. Deve-se considerar três principais aspectos: rapidez de instalação, ou seja, se o quadro é agudo ou crônico, a presença de sintomas graves associados e o valor sérico isolado da natremia.
Quando tratar?
Se o paciente apresentar sintomas graves (principal parâmetro), como crises convulsivas ou coma E/OU quadros de instalação aguda, ou seja, em menos de 48h, E/OU natremia menor que 125 ou, sobretudo, abaixo de 120mEq/L.
Formas de correção (sobretudo nos sintomas graves)
- Salina a 3%, em bolus, no volume de 100 a 150ml e reavaliação subsequente.
O objetivo é elevar o sódio sérico em 4 a 6mEq nas primeiras 6h, sendo o máximo de 8mEq em 24h, pelo risco de desmielinização pontina. Vale observar que, na maior parte dos casos que encontramos na prática clínica, esta primeira reposição de sódio rápida e emergencial não será necessária.
Hipernatremias
Quadros de hipernatremia possuem, em geral, instalação mais arrastada, e sua correção se dá de forma mais simples que na hiponatremia.
Correção da hipernatremia
A correção do quadro se dá por meio da infusão endovenosa de solução glicosada ou reposição enteral de água livre. O objetivo é reduzir de 10 a 12mEq/L de sódio em 24h
Vale observar que, independente do distúrbio, as causas potenciais devem ser investigadas e tratadas.
Correção da natremia
Fórmula de Androgué: [(Na+ da solução) – Na+ (paciente)]/Água corporal + 1
O resultado deste cálculo representa o quanto (em mEq/L) será corrigido de sódio (para elevar ou reduzir), por litro de solução administrada em 24h. Exemplo: numa correção de hiponatremia, se o resultado der 4mEq/L, significa que 1L da solução escolhida para o cálculo resultará numa elevação de 4mEq/L.
Para o cálculo de água corporal, considera-se:
- Mulher e idoso: 0,5 x peso;
- Homens e crianças: 0,6 x peso
Já para o Sódio (Na+) da solução:
- ABD ou Glicose a 5% = 0 (zero)
- Cloreto de sódio a 0,45% = 77mEq/L
- Cloreto de sódio a 0,9% = 154mEq/L
- Cloreto de sódio a 3% = 513mEq/L
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Fonte:
Guimarães HP, Assunção MSC, Carvalho FB, et. al. Manual de Medicina Intensiva – AMIB. Ed. Atheneu, São Paulo, 2014.