O Acidente Vascular Cerebral hemorrágico (AVCh) se trata de um sangramento espontâneo intraparenquimatoso decorrente da ruptura de vasos penetrantes, podendo coalescer e até mesmo preencher os ventrículos, sendo a principal causa uma hipertensão arterial descontrolada.
A recomendação da American Heart Association, conforme diretriz de 2022, é promover um controle pressórico na fase aguda, objetivando reduzir a Pressão Arterial Sistólica (PAS) para valores por volta de 140mmHg, dentro das primeiras horas de avaliação, caso a PAS de admissão esteja entre 150-220 mmHg. É importante ressaltar que a redução da PAS para valores abaixo de 130 mmHg nesta fase mais aguda não é recomendada, já que se relaciona a piores desfechos clínicos, como hipoperfusão cerebral e renal.
Para aqueles pacientes que se apresentarem com níveis pressóricos extremos, com PAS acima de 220mmHg, a meta pressórica ideal ainda não está bem estabelecida na literatura, já que esse subgrupo de pacientes não foi expressivo nos principais trials clínicos. Uma sugestão do sumário clínico UpToDate é promover uma redução da PAS para valores entre 160-140mmHg, mas caso haja deterioração clínica, devemos ter cautela e ir mais “devagar” nessa redução, já que há risco de hipoperfusão cerebral.
A medicação de escolha em nosso país é o Nitroprussiato de Sódio, cuja administração é endovenosa (vide diluição sugerida abaixo). Para um controle mais fidedgno dos níveis pressóricos, recomenda-se a a inserção de um cateter intra-arterial (uma PIA).
Diluição do nitroprussiato de sódio
- 1 ampola (50mg/2ml) em 250ml de SGI (solução de 200mcg/mL)
A dose inicial em infusão contínua é de > 0,3 a 0,5mcg/kg/min (5 a 7ml/h em bomba de infusão em paciente de 70kg).
O episódio 155 do Podcast Corrida de Leito discute: Tratamento do AVC hemorrágico! Não deixe de escutar para saber mais.