Síndrome Coronariana Aguda com Supradesnivelamento de ST: abordagem inicial após o diagnóstico

Tempo de leitura: 5 minutos.

Discutimos a abordagem inicial no paciente com dor torácica do tipo anginosa neste artigo. Já os desdobramentos no caso de um eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações sem supradesnivelamento (supra) do segmento ST (SST) foram abordados aqui.

Focaremos neste artigo nas nuances da Síndrome Coronariana Aguda com o supradesnivelamento do segmento ST.

Vamos iniciar o raciocínio a partir do seguinte fluxo: primeiro caracteriza-se a dor do paciente, que por vezes é informada como um desconforto torácico, e solicita-se o eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações, que deve ser analisado em 10 minutos desde a admissão do paciente no serviço.

Para maiores detalhes sobre o reconhecimento de uma síndrome coronariana aguda, leia nosso texto: Aprenda a identificar a síndrome coronariana aguda

Além da dor torácica, uma característica semiológica  frequentemente descrita em pacientes com SCA com SST é a inquietação. Na tentativa frustrada de melhorar sua dor, os pacientes podem mudar de posição constantemente. O paciente ainda pode se mostrar com uma sudorese intensa.

Ainda no exame físico, pode-se detectar a presença de B4 na ausculta cardíaca, um som pré-sistólico (depois de B2 e antes de B1) que está relacionado com as vibrações da parede ventricular, secundárias à contração atrial. Embora de difícil identificação no ambiente barulhento do departamento de emergência, é comum. Tem valor diagnóstico limitado, e pode representar apenas a rigidez diastólica dos cardiomiócitos em sofrimento.

Assim como no paciente com SCA sem supra de ST, devemos classificar o risco desses pacientes por meio do escore GRACE, embora toda SCA com supra de ST seja muito grave. 

Uma outra classificação, mais rápida, sem necessidade de exames laboratoriais e que guarda importante valor prognóstico na SCA com SST, é a classificação de Killip que estratifica os pacientes em 4 grupos de progressiva mortalidade, de acordo com sinais de congestão.

Iniciamos a abordagem com a análise do eletrocardiograma. Trata-se de exame fundamental dividindo a Síndrome Coronariana Aguda em com SST e sem SST, conforme ressaltado anteriormente. Na SCA com SST, auxilia na identificação da parede afetada e na extensão do evento.

Não podemos nos esquecer que perante um quadro de dor torácica tipicamente anginosa, o ECG pode inicialmente não apresentar alterações! Diante da forte clínica, deve-se realizar exames seriados para aumentar a nossa sensibilidade.

É interessante observar os  eventos eletrocardiográficos que ocorrem após a oclusão da artéria coronária:

Vamos iniciar o raciocínio a partir do seguinte fluxo: primeiro caracteriza-se a dor do paciente, que por vezes é informada como um desconforto torácico, e solicita-se o eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações, que deve ser analisado em 10 minutos desde a admissão do paciente no serviço.

Para maiores detalhes sobre o reconhecimento de uma síndrome coronariana aguda, leia nosso texto: Aprenda a identificar a síndrome coronariana aguda

Além da dor torácica, uma característica semiológica  frequentemente descrita em pacientes com SCA com SST é a inquietação. Na tentativa frustrada de melhorar sua dor, os pacientes podem mudar de posição constantemente. O paciente ainda pode se mostrar com uma sudorese intensa.

Ainda no exame físico, pode-se detectar a presença de B4 na ausculta cardíaca, um som pré-sistólico (depois de B2 e antes de B1) que está relacionado com as vibrações da parede ventricular, secundárias à contração atrial. Embora de difícil identificação no ambiente barulhento do departamento de emergência, é comum. Tem valor diagnóstico limitado, e pode representar apenas a rigidez diastólica dos cardiomiócitos em sofrimento.

Assim como no paciente com SCA sem supra de ST, devemos classificar o risco desses pacientes por meio do escore GRACE, embora toda SCA com supra de ST seja muito grave. 

Uma outra classificação, mais rápida, sem necessidade de exames laboratoriais e que guarda importante valor prognóstico na SCA com SST, é a classificação de Killip que estratifica os pacientes em 4 grupos de progressiva mortalidade, de acordo com sinais de congestão.

Iniciamos a abordagem com a análise do eletrocardiograma. Trata-se de exame fundamental dividindo a Síndrome Coronariana Aguda em com SST e sem SST, conforme ressaltado anteriormente. Na SCA com SST, auxilia na identificação da parede afetada e na extensão do evento.

Não podemos nos esquecer que perante um quadro de dor torácica tipicamente anginosa, o ECG pode inicialmente não apresentar alterações! Diante da forte clínica, deve-se realizar exames seriados para aumentar a nossa sensibilidade.

É interessante observar os  eventos eletrocardiográficos que ocorrem após a oclusão da artéria coronária:

Figura 1. Evolução eletrocardiográfica do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. 1) Traçado normal, sem alterações isquêmicas. 2) Presença de apiculamento de onda T (primeiros segundos após a oclusão da artéria coronariana). 3) e 4) Presença de supradesnivelamento do segmento ST indicando isquemia miocárdica. 5) e 6) Presença de onda Q patológica, evidenciando necrose miocárdica.
  • Nos minutos iniciais da oclusão pode haver  ondas T muito apiculadas e positivas, de base simétrica, sendo esta fase muito difícil de ser reconhecida pelo ECG devido ao tempo;
  • Após 20 minutos, já é possível averiguar o  supradesnivelamento do segmento ST, que morfologicamente tende a ser convexo e ressalta lesão miocárdica pela isquemia;
  • Horas após a oclusão, ocorre o aparecimento de ondas Q patológicas –uma anormalidade encontrada quando onda Q é maior do que um terço do complexo QRS—e indica que há área miocárdica eletricamente inativa, ou seja, morte do miócito;
  • Após alguns dias temos o retorno do segmento ST à linha de base, onda T negativa, profunda e simétrica.
Referências

1 – Nicolau et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021.

2 – Coelho BFL, Murad LS, Bragança RD.  Manual de Urgências e Emergências. Rede de Ensino Terzi, 2020.

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