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Obstrução esofágica por alimento ou corpo estranho: o que fazer?

A impactação alimentar esofageana é a principal causa de obstrução esofágica em adultos, sendo a obstrução por corpo estranho incomum quando comparado às crianças. Anormalidades esofageanas estruturais e/ou funcionais aumentam o risco de impactação alimentar, como divertículo de Zenker, anel de Schatzki, neoplasias, acalasia e, principalmente, esofagite eosinofílica.

Do ponto de vista clínico, o principal sintoma da impactação alimentar é uma disfagia de início agudo. Quando associada a hipersalivação e incapacidade de ingerir líquidos representa uma obstrução total do esôfago, o que demanda endoscopia digestiva alta (EDA) de emergência (idealmente em 2h, podendo se estender para as primeiras 12h). Caso a obstrução esofágica seja por corpo estranho, ainda que o paciente não apresente esses sinais de obstrução total, se for relacionada a objetos pontiagudos ou baterias, a endoscopia digestiva alta também deve ser feita em caráter emergencial.

Em cenários em que não se sabe se os sintomas esofágicos decorrem de algum corpo estranho ou alimento impactado, sobretudo em crianças, adultos com transtorno psiquiátrico ou idosos com comprometimento cognitivo, a avaliação por exame de imagem está indicada (desde que não haja sintomas de obstrução total, quando a EDA será o primeiro exame) . Nesses casos, pode ser realizada uma radiografia simples, caso o material seja radiopaco. A tomografia, por sua vez, pode fornecer informações importantes acerca de complicações como perfuração e/ou abscessos.

Do ponto de vista de medicação, em impactação esofageana por bolo alimentar, o sumário clínico UpToDate sugere a administração de Glucagon 1mg EV, já que pode promover um relaxamento do esôfago, facilitando a passagem do alimento. Apesar dos estudos com esse fármaco nestes cenários apresentarem resultados conflitantes, considerando que o Glucagon é relativamente seguro, pode ser uma opção. A papaína, uma substância presente no mamão, parece ter um efeito “proteolítico”, mas não há evidências suficientes para recomendar sua administração neste contexto de impactação alimentar esofageana.

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