COVID-19: o que sabemos em 2 anos de pandemia – parte 2 (Diagnóstico e manejo)

“Highlights do episódio”  do podcast  “COVID-19: o que sabemos em 2 anos de pandemia – parte 2 (Diagnóstico e manejo)“.

No que diz respeito ao diagnóstico, a infecção pelo SARS-CoV-2 deve ser pesquisada em qualquer pessoa que apresente sintomas compatíveis com  a COVID-19. Com relação aos tipos de testes disponíveis, o de maior acurácia continua sendo a pesquisa do Sars-Cov-2 no swab nasal por meio do RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real), que nada mais é do que uma técnica de amplificação do material genético do vírus. Há também o teste rápido de antígeno viral cuja coleta também é por swab nasal, mas cuja técnica é por identificação qualitativa do antígeno. Por ser um teste rápido, o resultado sai em poucos minutos.

Um RT-PCR positivo confirma o diagnóstico de COVID-19 mesmo em pessoas assintomáticas. Já um teste de antígeno positivo terá o poder de confirmação imediata apenas em pessoas sintomáticas. Para pessoas assintomáticas, a conclusão depende da taxa de transmissão comunitária do SARS-CoV-2, da história de exposição do indivíduo dentro dos últimos 14 dias, sobretudo nos últimos 7 dias e de seu status vacinal.

Resultados negativos destes testes dependem de análise mais ampla: a RT-PCR continua sendo mais sensível que o teste do antígeno para exclusão, mas, ainda assim, um RT-PCR negativo excluirá o diagnóstico a depender dos seguintes fatores: técnica correta de coleta, dia da coleta em relação aos dias de sintomas, estado de controle local da pandemia e do status vacinal do paciente. O auto-teste já existe no Brasil e tem caráter consultivo. É interessante observar que nos primeiros 3 meses de uma infecção por Sars-Cov-2 documentada, não há necessidade de retestar indivíduos assintomáticos, visto que uma reinfecção neste período é considerada improvável.

Com relação ao tratamento, a principal medicação com impacto na redução da morbimortalidade continua sendo a dexametasona para aqueles pacientes que necessitam de alguma suplementação de oxigênio, com maior benefício entre os mais graves. Alguns desses pacientes também podem se beneficiar do Tocilizumabe, um inibidor da Intereucina 6 (IL-6), principalmente em casos de aumento importante da demanda de O2 e de níveis de proteína C reativa acima de 75mg/dL. A tromboprofilaxia também deve ser feita, sendo a anticoagulação plena reservada para casos documentados de eventos tromboembólicos. Já para casos leves a moderados sem sinais de gravidade, deve-se avaliar a presença de fatores de risco para piora clínica, como ausência de vacinação e comorbidades prévias. Nestes casos, está indicado o uso do nirmatrelvir-ritonavir, o Paxlovid, um antiviral oral da Pfizer recém aprovado no Brasil, que tem como intuito reduzir a taxa de hospitalizações, e deve ser administrado logo ao diagnóstico.

Por fim, no que diz respeito à descontinuidade do isolamento, para casos graves é preconizado o fim do período somente após o 20º dia de sintoma. Já para casos leves a moderados,  a retirada do isolamento varia de 5 a 10 dias, a depender da negativação do RT-PCR e ausência de sintomas.

Confira o episódio clicando aqui COVID-19: o que sabemos em 2 anos de pandemia – parte 2 (Diagnóstico e manejo).

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