O episódio 152 do Podcast Corrida de Leito discute: Manejo da Hipertensão Intracraniana (HIC), medidas gerais específicas de controle.
O manejo da Hipertensão Intracraniana (HIC) envolve medidas gerais específicas de controle. Dentre as medidas gerais, três linhas de conduta devem ser feitas:
- Garantir a pressão de perfusão cerebral (ou PPC) entre 60-70mmHg;
- Evitar disglicemias, sobretudo hipoglicemias;
- Reduzir o metabolismo cerebral, principalmente por meio de sedação e controle da temperatura;
A manutenção da pressão de perfusão cerebral deve ser feita por meio da monitorização invasiva da PIC. Já o alvo da glicemia é de 140-180mg/dL (ver episódio #136). Com relação a sedação, o objetivo é sedação profunda, atingindo o valor de -5 na escala de RASS ou conforme o controle da PIC (vide abaixo). Como drogas de escolha, podemos utilizar o Propofol, cuja vantagem é a meia vida curta (comparado ao Midazolam, por exemplo), além de redução do limiar convulsivo. Um dos inconvenientes é o maior risco de hipotensão. Como alternativa, podemos utilizar o Fentanil, que possui efeito analgésico ou ainda associação com Midazolam. Sugere-se evitar a Quetamina, devido ao risco de aumento da pressão arterial e consequente aumento da PIC.
Sobre as terapias específicas de controle da PIC, temos a hipocapnia, soluções hiperosmolares e avaliação neurocirúrgica, como drenagem de hematomas, craniectomia descompressiva ou drenagem liquórica. As soluções hiperosmolares incluem a salina hipertônica a 20% na dose de 0,5 mL/kg com infusão em 10 minutos ou 250ml de solução a 7,5% (vide abaixo). Alternativamente, pode-se usar o Manitol, por ser um diurético osmótico. Contudo, é importante observar que está contraindicado se injúria renal associada. Corticoterapia não tem benefício exceto em cenários de HIC relacionada a neoplasias intracranianas.
Obs.: solução salina próxima a 7,5% = 150ml de NaCl a 20% + 350ml de NaCl a 0,9%
Tipos de monitorização invasiva da PIC (H5)
