Síndrome Neuroléptica Maligna

A síndrome neuroléptica maligna é uma emergência médica potencialmente fatal e decorre mais comumente do uso de antagonistas de dopamina, sobretudo pelos antipsicóticos de primeira geração (Haloperidol), o que inclusive justifica o nome desta síndrome, uma vez que essa classe de medicamentos também é conhecida como neurolépticos. Apesar do Haloperidol ser um dos antipsicóticos mais implicados, qualquer medicamento desta classe, incluindo os de segunda geração como Quetiapina, Risperidona, Olanzapina, dentre outros podem estar associados.

A síndrome é caracteristicamente representada pela tétrade: hipertermia + disautonomia + alteração do estado mental e rigidez muscular. Em geral, a temperatura está acima de 38ºC, podendo atingir 40ºC ou mais. A alteração do estado mental, apesar de ser a primeira manifestação na maior parte dos casos, nem sempre é percebida por acompanhantes ou cuidadores, já que muitos desses pacientes apresentam alteração mental em decorrência da doença psiquiátrica de base. De todo modo, a catatonia e/ou mutismo são as formas mais comuns. No que diz respeito as disautonomias, a taquicardia, a labilidade pressórica, a taquipneia e a diaforese são comuns. Quanto a rigidez muscular, ela ocorre de forma generalizada e intensa, podendo ocorrer triismo.

Medicações potencialmente causadoras de Síndrome Neuroléptica maligna:
Tratamento

Sobre o tratamento, a principal conduta é suspender esses medicamentos imediatamente. Atenção à volemia deve ser dada, devido ao risco de desidratação pela hipertermia e diaforese, além do risco de injúria renal se creatinofosfoquinase elevada.

O controle pressórico com drogas tituláveis, como o Nitroprussiato, pode ser necessário. Além disso, serão necessários analgésicos comuns e medidas mecânicas para controle da hipertermia.

Medicações específicas para o tratamento de casos refratários:

Existem medicações específicas que podem ser usadas para casos extremos e/ou se ausência de resposta dentro das primeiras 72h da suspensão do fármaco, confira abaixo:

  • Dantrolene: 1 to 2.5 mg/kg EV
  • Bromocriptina: 2.5 mg (VO ou SNE) a cada 6-8h (dose máxima: 40mg/dia)
  • Amantadina: 100mg VO ou SNE
  • Diazepam: 10mg EV de 8/8h // Lorazepam 1-2mg EV 6/6h

Fonte: E.F. Wijdicks. Neuroleptic malignant syndrome – Uptodate, 2023.

Para saber mais, não deixe de escutar o episódio 161 do nosso Podcast: Corrida de Leito.

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