Avaliação inicial do TCE (trauma cranioencefálico)

O trauma cranioencefálico (TCE) é uma alteração da função cerebral deflagrada por uma “força” externa” contra o crânio, seja um impacto direto de um objeto contra a cabeça ou vice-versa, isto é, quando a cabeça vai de encontro a um objeto; também podem ser decorrente de lesões penetrantes, ondas de choque (especialmente em ferimentos relacionados a armas de fogo), ou envolver movimentos de aceleração e desaceleração da cabeça em cenários de alta energia, sem necessariamente haver um impacto externo direto. A avaliação inicial do TCE é feita através:

A escala de coma de glasgow é a mais utilizada para a avaliação de pacientes vítimas de TCE dada sua simplicidade e valor prognóstico. Fatores de fatores de confusão, como intoxicação e uso de drogas sedativas devem antes ser excluídos. Basicamente, podemos classificar o paciente em TCE leve quando o glasgow calculado idealmente minutos após o trauma for de 13 a 15; em moderado se 9 a 12 e grave se menor ou igual a 8. Existem outras escalas para classificar esses pacientes, como o escore FOUR (do inglês, Full Outline of UnResponsiveness) que inclui análise de lesão do tronco encefálico, a partir da avaliação do reflexo pupilar, bem como do padrão respiratório, mesmo em pacientes que estejam em ventilação mecânica, no intuito de verificar presença de “drive ventilatório”, ou seja,  da presença de ventilação espontânea. A classificação tomográfica de Marshallprediz o risco de hipertensão intracraniana, como desvio de linha média, apagamento de cisternas e/ou hemorragias caso o volume ultrapasse 25ml.  

A indicação de tomografia computadorizada de crânio (TCC) na avaliação de pacientes vítimas de TCE deve ser feita em todo paciente com TCE moderado e grave, além do TCE leve se glasgow 13 ou 14. Se o glasgow for 15, a indicação da TCC será nas seguintes situações: 

  • idade > 60 anos 
  • sinais neurológicos, como: 
  • crise convulsiva 
  • déficit neurológico focal novo (como alteração em par craniano, distúrbio sensorial ou motor) 
  • sinal de fratura de base de crânio (como rinorreia, otorreia, hematoma retroorbitário)
  • Diátese hemorrágica  
  • Uso de algum anticoagulante 
  • Dois ou mais episódios de vômitos 
  • Amnésia retrógrada de 30 minutos ou mais 
  • Cefaleia intensa/recorrente ou  
  • Trauma de alto impacto (atropelamento, queda de mais de 5 degraus de uma escada ou de altura maior que 1 metro). 

 Links de calculadoras: 

https://www.mdcalc.com/calc/10028/four-full-outline-unresponsiveness-score 

https://www.mdcalc.com/calc/64/glasgow-coma-scale-score-gcs 

Para saber mais sobre o assunto não se esqueça de ouvir o episódio episódio 151 do Podcast Corrida de Leito.

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