Febre maculosa brasileira: uma doença causada por bactéria.

A febre maculosa brasileira é uma doença causada pela bactéria do gênero Rickettsia, um cocobacilo gram-negativo intracelular obrigatório cuja transmissão se dá pela picada do carrapato do gênero Amblyomma, conhecido também como carrapato estrela. A infecção causada pela espécie R. rickettsii possui alta letalidade, podendo ultrapassar 50% dos casos.

Quadro clínico

Existem quatro formas de apresentação clínica: febril inespecífica, quando só há febre e outros sintomas inespecíficos como cefaléia, mialgia e prostração, podendo haver ainda dor abdominal, náuseas/vômitos e diarreia; forma febril exantemáticaexantema maculopapular de evolução centrípeta associado; e as formas graves, que podem se apresentar como uma síndrome febril hemorrágica e/ou íctero-hemorrágica.

Diagnóstico

O diagnóstico inclui métodos indiretos (mais disponíveis) e diretos. A detecção de anticorpos IgG pela técnica de IFI (reação de imunofluorescência indireta) deve ser feita em amostras pareadas. A primeira amostra é colhida precocemente, logo na suspeita, e a segunda amostra colhida na fase de convalescença, no mínimo, 14 dias após a coleta da primeira amostra. Serão considerados casos confirmados se houver elevação maior ou igual a 4x dos títulos de IGG naquelas amostras pareadas.

Tratamento

O tratamento de escolha é a Doxiciclina 100 mg de 12/12h para adultos, independentemente do tempo de evolução, perfil de gravidade e da faixa etária (ou seja, é preconizado mesmo para crianças, com ajuste de dose). O Cloranfenicol, por ter eficácia considerada inferior, é segunda opção, quando não houver Doxiciclina disponível, quando for necessário administrar por via parenteral (já que não há formulação endovenosa da Doxiciclina no Brasil) ou ainda para gestantes.

Para saber mais, não deixe de escutar o episódio 148 do Podcast Corrida de Leito.

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