cigarro eletronico

Cigarros eletrônicos: quais são as armadilhas e riscos à saúde?

A primeira geração dos cigarros eletrôncios foi aquele desenvolvido por um farmacêutico chinês com o intuito de reduzir o consumo de cigarros convencionais. Depois vieram dispositivos mais alongados, com um teor de nicotina maior e possibilidade de recarregar a bateria (até então, o cigarro eletrônico precisava ser descartado. Na sequência, os de terceira geração eram muito semelhantes aos de segunda, porém mais personalizáveis, uma vez que permitiam o ajuste de temperatura. Por fim, surgiram os dispositivos pod-mods (quarta geração) que se assemelham a um pendrive e que se tornaram muito populares em 2018, sobretudo entre a população jovem.

Figura 1: Tipos de cigarro eletrônicos. Fonte: CDC, 2020

Os “pod-mod” apresentam pequeno tamanho, facilidade de uso e possibilidade de recarga. Além disso, permitem a inserção de flavorizantes, que são substâncias sintéticas que conferem sabor à fumaça inalada, reduzindo o gosto amargo da nicotina, além do aquecimento da temperatura do aerossol, proporcionando mais conforto à inalação. Possuem ainda sal de nicotina, ao invés da nicotina de base livre encontrada nos cigarros eletrônicos de primeira geração, além de possuírem uma fumaça inodora e serem silenciosos.

Riscos à saúde

Os riscos de saúde relacionados ao consumo dos cigarros eletrônicos são vários, como  intoxicação aguda por nicotina (sobretudo se ingestão do seu líquido por crianças ou jovens), lesão pulmonar aguda (entidade esta denominada de EVALI do inglês), cujo surto nos Estados Unidos levou à hospitalização de mais 2500 pacientes, com cerca de 50 óbitos.

Além disso, o uso de cigarro eletrônico tem associação comprovada com outras doenças pulmonares, como pneumotórax, pneumomediastino, derrame pleural, exacerbação de asma prévia, doença pulmonar obstrutiva crônica e maior predisposição a infecções agudas de vias aéreas. É interessante observar que, apesar de ainda não ter relação comprovada com o desenvolvimento de câncer de pulmão em humanos, alguns especialistas já demonstram preocupação já que foram identificadas substâncias carcinogênicas nos vaporizadores.

Por fim, é importante ressaltar que as sociedades médicas de classe não recomendam o uso de cigarros eletrônicos como estratégia de primeira linha para redução do consumo de cigarros convencionais.

Para saber mais, não deixe de escutar o episódio #185 do nosso Podcast: Chama o plantão – Corrida de leito.

Referências:
  1. Uptodate, 2024

2. Cigarros eletrônicos – o que já sabemos? O que precisamos conhecer? Associação Médica Brasileira – 2021.

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