PCR ou Procalcitonina elevadas definem infecção bacteriana?

Numa avaliação diagnóstica de um paciente com suspeita infecciosa, o início da antibioticoterapia não deve ser atrasado, caso a suspeita infecciosa seja elevada, sobretudo em pacientes com sepse ou choque séptico, até o resultado da dosagem dos biomarcadores (proteina C reativa ou procalcitonina). Essas substâncias não têm valor preditivo negativo suficiente para afastar infecção no contexto de gravidade ou em pacientes mais vulneráveis, como os imunocomprometidos, neutropênicos etc.

Diante de dúvidas diagnósticas acerca da etiologia de uma infecção, principalmente em se tratando do trato respiratório inferior, podemos lançar mão da PCR ou PCT, se disponível. Valores de PCR inferiores a 20mg/L ou de procalcitonina menor que 0,1ng/ml tornam a hipótese de pneumonia bacteriana pouco provável e valores de PCR maiores que 100mg/L ou de procalcitonina maiores que 0,25, provável.

Protocolos que utilizam a procalcitonina como guia na suspensão precoce de antibióticos fazem sua dosagem no início do tratamento e a cada 48h. Caso a procalcitonina caia 80 a 90% dos maiores valores iniciais ou para valores menores que 0,25ng/ml o antibiótico poderia ser suspenso.

Contudo, antes de aplicarmos o critério do biomarcador, precisamos nos perguntar se houve uma resposta clínica satisfatória ao tratamento. Caso a resposta seja negativa, independentemente do comportamento da PCT, deve-se reavaliar o caso e suspeitar de resistência bacteriana, foco mantido, quadros não infecciosos sobrepostos ou em diagnósticos diferenciais. Nos casos com boa resposta clínica e redução do biomarcador, em geral, considera-se que os antibióticos podem ser suspensos após 3 a 5 dias de terapia completa, a depender da gravidade do quadro inicial e dos valores iniciais da PCT, se acima ou abaixo de 1ng/dL.

Para saber mais, não deixe de escutar o episódio em nosso Podcast: Corrida de Leito

Posts Relacionados

Teste form RD

Total
0
Share