Varíola dos Macacos

Varíola dos macacos: O que já se sabe sobre a doença?

No momento em que recria-se forças para o enfrentamento da COVID-19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, ao final de Julho, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) diante da varíola dos macacos. O Brasil está entre os 10 países com mais notificações de casos da doença, sendo São Paulo o estado com maior taxa de notificações.

A patologia é considerada uma zoonose e é causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, que infecta principalmente roedores. A primeira infecção em seres humanos ocorreu em 1970, na República do Congo, no continente africano. Atualmente, o contato com as lesões e secreções é responsável pelo contágio e pela disseminação da patologia entre os humanos.

Para prevenção, a Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda higiene frequente das mãos, evitar o compartilhamento de objetos e contato com pessoas que apresentem lesões cutâneas.

             Figura 1: Países com casos confirmados de varíola dos macacos. Fonte: Agência CNN, 25 de JUL de 2022.

Manifestações clínicas

A doença possui sintomas semelhantes a varíola humana, erradicada no Brasil em 1980. Sabe-se, inclusive, que a vacinação contra a varíola humana possui certo grau de proteção cruzada contra a varíola dos macacos.

A infecção é, em geral, autolimitada, durando de 2 a 4 semanas. As lesões de pele compõem as manifestações clínicas da doença, principalmente pústulas, vesículas e crostas em região anogenital e/ou demais partes do corpo. A adenopatia também pode estar presente, e é um indicativo forte para diagnóstico da doença quando antecede as lesões cutâneas.

O diagnóstico é feito por meio de swab das lesões de pele, por meio da técnica molecular de PCR.

Diagnóstico diferencial

Por apresentar sintomas comuns a ISTs, deve ser realizado diagnóstico diferencial para Sífilis e Herpes, além de doenças como Varicela e Sarampo, que possuem apresentações cutâneas semelhantes. Vale ressaltar que a evolução das lesões cutâneas acontece em conjunto, e que não há um polimorfismo como na Varicela.

Uma vez com a suspeita de Monkeypox, o paciente deve iniciar um isolamento até o resultado do exame.

Tratamento

Confirmado o diagnóstico, o paciente deve manter o isolamento enquanto houver lesões de pele. O tratamento é, basicamente, de suporte, com uso de sintomáticos e hidratação. Há um antiviral específico – Tecovirimat – que ainda não foi aprovado para uso no Brasil, indicado para casos graves.

Para saber mais, não deixe de escutar o episódio em nosso podcast: Corrida de Leito.

Referências

BRASIL, SBD. Varíola de macacos: informe à população. Sociedade brasileira de dermatologia, departamento de doenças infecciosas e parasitárias, rio de janeiro, 02 jun 2022.2-     

Canalini AF, Chebabo A. Nota de alerta da sociedade brasileira de urologia e da sociedade brasileira de infectologia sobre a epidemia de “monkeypox”. Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), 29 JUL 2022.

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