Bronquiolite Viral Aguda: saber prevenir é o melhor caminho

Em Agosto de 2019, a Academia Americana de Pediatria lançou uma cartilha informando sobre a Bronquiolite, procurando sensibilizar e chamar atenção sobre os impactos e características desta enfermidade [1]. Uma nota semelhante foi lançada pelo Departamento Científico de Pneumologia, da Sociedade Brasileira de Pediatria, em consonância com esses pontos discutidos [2].

 A Bronquiolite Aguda é caracterizada como inflamação dos bronquíolos, que compõem a via de condução respiratória. Tem como etiologia principal o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), seguido por Rinovírus [3]. Além desses, outros vírus também podem participar dessa patologia, como o metapneumovírus, influenza, adenovírus e coronavírus. 

A faixa etária de acometimento envolve os lactentes e crianças de até dois anos de idade, representando, inclusive, como principal causa de hospitalização nesses pacientes [3]. Observa-se um pico de internação entre 2 a 6 meses de idade, principalmente durante as estações de outono e inverno.

Quais são os sinais e sintomas de Bronquiolite Viral Aguda?

Rinorreia, obstrução nasal, taquipneia, dispneia, tosse, febre, irritabilidade e sibilos são os mais observados. Dependendo do nível de acometimento, podem apresentar uso de musculatura acessória, cianose, crepitação, gemidos e até mesmo rebaixamento do nível de consciência [2].

Critérios para internação 

  • Cianose observada ou relatada; 
  • Apneia observada ou relatada;
  • Bradicardia ou taquicardia persistente (Frequência Cardíaca maior que 180 batimentos por minuto);
  • Letargia ou agitação excessiva; 
  • Desidratação; 
  • Indisponibilidade de via oral;
  • Hipoxemia (saturação de oxigênio menor que 90%, persistente, em ar ambiente);
  • Esforço respiratório moderado a grave, persistente, ou Frequência Respiratória maior que 70 incursões respiratórias por minuto (irpm). [3]  

Manejo do paciente com Bronquiolite Viral Aguda

 A evolução do quadro é benigna na maioria das vezes, principalmente naqueles sem fatores de risco. O suporte de oxigênio é necessário nos casos mais graves, cujos critérios foram citados anteriormente. Orienta-se realizar a toalete nasal em caso de secreção abundante com cloreto de sódio a 0.9%, além de suporte nutricional individualizado. O uso da inalação com salina hipertônica é questionável entre os serviços, podendo gerar benefício para um grupo selecionado, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. 

O uso de broncodilatadores, epinefrina, montelucaste e corticoide são desaconselhados. Deve-se lançar mão da ventilação não invasiva e até mesmo da intubação orotraqueal sob a retaguarda de Unidade de Terapia Intensiva para aquele percentual minoritário de pacientes que evoluem desfavoravelmente. [2]

 O anticorpo monoclonal contra o VSR, o Palivizumabe, pode gerar benefício para de pacientes com características de risco. Caso o bebê apresente fatores como prematuridade menor de 29 semanas, pneumopatia ou cardiopatia crônicas, é recomendado considerar a sua imunoprofilaxia.

Prevenção

 A prevenção torna-se a pedra angular do controle dessa doença. Recomenda-se evitar o contato com outras pessoas resfriadas, se abster de aglomerações e tabagismo passivo. Além disso, amamentação exclusiva com leite materno até os seis meses e higienização das mãos com álcool 70%. Para um cuidado contínuo, orienta-se a puericultura adequada, com a supervisão do crescimento, alimentação e seguimento do calendário vacinal. [2]

Take Home a Message

Como mensagem, deixamos registrado que a prevenção é a maior aliada para o controle da Bronquiolite Viral Aguda, uma vez que tratamento é basicamente suportivo. 

Referências

1-  Bronchiolitis-RSV ; Healthy Children – American Academy of Pediatrics, Aug/2019. 

2-  Bronquiolite Aguda, Pediatria para Famílias, Sociedade Brasileira de Pediatria, Jan/2018. 

3- Bárbara Araújo Marques; et al.; Bronquiolite Viral Aguda, Protocolos Clínicos/ FHEMIG, Agosto/2019. 

4 – Greene R., El-Wiher N., Prabhu A., Gurkha D. Respiratory Syncytial Virus: More than just Bronchiolitis. Pediatrics. August 2019; 144(2). doi: https://doi.org/10.1542/peds.144.2_MeetingAbstract.841

1 comment
Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Teste form RD

Total
0
Share